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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Será que é culpa da internet?

Antes de ficarmos apontando o dedo para Internet achando que ela é a responsável por todos os fenômenos que vemos acontecer atualmente, sexting, cyberbullying, etc, precisamos pensar que a sociedade vem passando por profundas mudanças e que estas influenciam diretamente no modo como as pessoas constroem o seu dia a dia e o seu entendimento das coisas que os cercam.
Assistimos hoje a inúmeras mudanças tal qual a jurisdição dos direitos, a uma hiperexposição do corpo e da sexualidade, um forte investimento em publicidade comercial, a uma exaltação da jovialidade e a depreciação  dos mais velhos, a um retardo da independência financeira e a tomada de responsabilidade da vida adulta, diversos tipos de constelações familiares, dentre muitas outras questões.
É claro que a internet e as novas tecnologias exercem papel fundamental nesse novo cenário, no entanto, não podemos pensar que os meios de acesso e transporte de informação sejam responsáveis pelos desafios  encontrados na rede.
Isto nos faz refletir sobre um dos 10 princípios da Internet: a Inimputabilidade da rede! O nome é complicado, mas nos ajuda a compreender questões importantes deste mundo hiperconectado.
E o que mesmo esse nome complicado quer dizer? Através do princípio da inimputabilidade da rede  entende-se que o combate a ilícitos na rede deve atingir os responsáveis finais e não os meios de acesso e transporte. Claro que todo mundo precisa ter seus direitos pessoais e morais respeitados, mas é necessário que encontremos as pessoas que realmente deram o enter final no conteúdo ilícito exposto, pois caso contrário, os conteúdos que publicamos ficarão sujeitos a filtragem e constante vigilância de grandes empresas, ou seja, é limitar a liberdade da grande maioria por causa de sujeitos que usam o mundo online de maneira irresponsável.
Como por a culpa  na internet, então?! Dizer que a internet incentiva crianças e adolescentes a procurarem mais sexo, drogas, publicidade, remédios, etc é uma ideia ingênua e determinista! Somos ativos nessa construção! Que tal observar toda essa configuração da sociedade atual, para que a Internet torne-se meio potencial de promoção dos direitos humanos? Antes então de ser um internauta é preciso ser cidadão! Conhecer as posturas éticas, críticas e responsáveis que envolvem nossa sociedade!
Uma ação que, sem dúvida, vai colaborar é promover a construção conjunta de um espaço de trocas entre pais, educadores, adolescentes e crianças no qual se valorize a experiência de cada um e promova o ensino de uma postura ética e cidadã a nossas crianças e adolescentes.

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